As mulheres, em particular, sofrem uma série de variações hormonais ao longo da sua vida. Com, por vezes, um impacto na saúde capilar
Desde a gravidez até à menopausa, as mulheres sofrem variações hormonais, ao longo de toda a vida, variações essas que produzem numerosos efeitos nos seus corpos. A queda de cabelo ou, pelo contrário, o crescimento rápido, são algumas das consequências destas alterações hormonais.
A queda, etapa do ciclo de vida do cabelo
Para compreendermos bem como é que as variações hormonais podem ter um impacto na queda de cabelo, temos de começar por compreender o ciclo de vida do cabelo. Este é composto por duas fases principais, intercaladas por um período de repouso:
- a fase anagénica, durante a qual o cabelo cresce cerca de 1 mm em cada três dias;
- a fase telogénica, durante a qual se desenvolve um novo bolbo capilar, fazendo com que o cabelo existente se desprenda do folículo, o que significa a sua morte.
Estas duas fases são mais ou menos importantes em função da situação hormonal dos seres humanos, em especial, da mulher.
A função dos estrogénios na saúde do seu cabelo
Dois tipos principais de hormonas influenciam as fases telogénica e anagénica do cabelo: os androgénios e os estrogénios. Embora estas duas hormonas estejam presentes tanto nos homens como nas mulheres, estas não se distribuem da mesma forma.
Os androgénios (hormonas masculinas), eestão presentes em maior quantidade nos organismos masculinos. Aceleram o ciclo de vida do cabelo e podem provocar uma queda de cabelo prematura.
Os estrogénios, quanto a eles, estão presentes em maior quantidade nos organismos femininos e favorecem o crescimento do cabelo.
Assim, em teoria, as mulheres são menos propensas à queda de cabelo ligada às hormonas.
Contudo, as alterações hormonais que sofrem ao longo das suas vidas podem perturbar este estado e o equilíbrio entre as fases anagénica e telogénica:
- 85% de cabelo na fase anagénica e 15% na fase telogénica em situação normal;
- 95% em fase anagénica e 5% em fase telogénica durante a gravidez, quando os níveis de estrogénios aumentam fortemente;1
- 75% em fase anagénica e 25% em fase telogénica 6 semanas após o parto, facto que está ligado a uma queda dos níveis de estrogénios;1
- 79% em fase anagénica e 21% em fase telogénica 4 meses após o parto, devido à influência da prolactina;2
- Aceleração da fase anagénica para a fase telogénica durante a menopausa, com uma queda dos níveis de estrogénios.3
Outras variações hormonais que afetam o cabelo
Para além das flutuações das taxas de estrogénios, responsáveis pela queda de cabelo nas mulheres, outros fenómenos podem igualmente impactar a saúde do seu cabelo.
Problemas da tiroide e queda de cabelo
A tiroide, uma pequena glândula situada na base do pescoço, segrega uma série de hormonas que permitem conservar um cabelo saudável. Mas quando esta glândula se desregula (hipertiroidismo, ou seja, a produção excessiva de hormonas, ou hipotiroidismo, a produção insuficiente de hormonas), podem ser observados vários efeitos no seu cabelo:
- queda de cabelo;
- cabelo mais frágil;
- cabelos mais oleosos ou, pelo contrário, cabelo mais seco.
Para resolver este problema, existem tratamentos com dosagens precisas. Recorra ao seu médico, para mais informações.
SOP (síndrome dos ovários poliquísticos) e hirsutismo
O SOP (síndrome dos ovários poliquísticos) é uma desregulação hormonal que resulta na produção excessiva de testosterona nas mulheres. Esta situação tem como efeito o aumento da pilosidade em zonas que normalmente não têm (hirsutismo) e a queda de cabelo, como acontece nos homens (alopécia androgenética).
Aqui também, os tratamentos hormonais permitem, em alguns casos, reequilibrar a situação. Esta doença, que afeta uma mulher em cada 10, resulta frequentemente em complicações mais graves (infertilidade, diabetes, cancro do endométrio, doenças cardiovasculares, etc.).